Violência contra a mulher: consequências e políticas de enfrentamento

Autores

Resumo

A partir de estudos empíricos, o presente trabalho tem como objetivo discutir a violência contra a mulher, bem como os impactos e consequências na saúde mental da vítima. A violência contra a mulher pode ser caracterizada como qualquer ato ou conduta baseada no gênero que cause morte, dano ou sofrimento — físico, sexual ou psicológico. Refletir sobre este tema é essencial, pois, no Brasil, os casos de violência doméstica crescem exponencialmente. Neste sentido, problematizar o assunto é uma das formas de prevenir tal violência e transformar a realidade de muitas mulheres e famílias, expostas a esta situação de vulnerabilidade. Em vista disso, o artigo apresenta, também, os principais serviços disponíveis na rede pública para o combate e prevenção da violência contra a mulher. Quanto à metodologia, trata-se de uma revisão bibliográfica.

Palavras-chave: violência; gênero; mulher; psicologia.

Abstract

From empirical studies, this paper aims to discuss the violence against women, investigating its impacts and consequences on the mental health of the victim. Violence against women can be characterized by any act or conduct based on gender that causes death, harm, or suffering — physical, sexual or psychological. The reflection on the subject is essential, since, in Brazil, the cases of domestic violence cases of domestic violence grow exponentially. Hence, problematizing the subject is one of the ways to prevent violence and transform the reality of many women and families exposed to this situation of vulnerability. Therefore, the article also presents the main services available in the public network for combating and preventing violence against women. Regarding the proposed methodology, it is a bibliographical review.

Keyword: violence; gender; women; psychology.

Resumen

A partir de estudios empíricos, el presente trabajo tiene el objetivo de discutir la violencia contra la mujer, así como los impactos y consecuencias sobre la salud mental de la víctima. La violencia contra la mujer puede ser caracterizada como cualquier acto o conducta basada en el género, que cause muerte, daño o sufrimiento — físico, sexual o psicológico. Reflexionar sobre ese tema es esencial, pues, en Brasil, los casos de violencia doméstica crecen exponencialmente. En ese sentido, problematizar el asunto es una de las formas de prevenir tal violencia y transformar la realidad de muchas mujeres y familias, expuestas a esa situación de vulnerabilidad. En virtud de ello, el artículo presenta, también, los principales servicios disponibles en la red pública para el combate y prevención de la violencia contra la mujer. Sobre la metodología, se trata de una revisión bibliográfica.

Palabras-clave: violencia; género; mujer; psicología.

Biografia do Autor

Alexandra Alf Gallon

Graduação em Psicologia (SETREM). Especialização em Saúde da Família (UNIJUI). Mestranda em Desenvolvimento Regional (UNIJUI).

Airton Adelar Mueller, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - UNIJUI

Graduação em Estudos Sociais (UNISC).  Mestre em Desenvolvimento Regional (UNISC).  Doutor em Sociologia pela Freie Universität Berlin, Alemanha (UNISC)

Referências

ACOSTA, D. F; GOMES, V. L. O; FONSECA, A. D; GOMES, G. C. Violência contra mulher por parceiro íntimo: (IN) visibilidade do problema. Texto Contexto Enfermagem, Florianópolis, v. 24, n. 1, p.121-7, 2015.

ALVES, R. E. O; LEAL, L. V. M. Violência psicológica e a saúde da mulher. Revistas Jurídicas, [S.l.], n. 6, 2012.

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA). DSM V: Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.

ANDERSON, K. M; BANG, E. Assessing PTSD and resilience for females who during childhood were exposed to domestic violence. Child and Family Social Work, v. 17, n. 1, p. 55-65, 2012.

BLANQUES, A. M. Um projeto de intervenção social visto pelos seus agentes: estudo psicossocial do Programa de Saúde da Família. Psicologia USP, São Paulo, v. 21, n. 4, p. 809-831, 2010. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/pusp/v21n4/v21n4a09.pdf. Acesso em: 13 dez. 2021.

BRASIL. Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a Mulher “Convenção de Belém do Pará”. Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Belém: PA, 1994.

BRASIL. Lei nº 11.340, de 07 de agosto de 2006. Dispõem sobre mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Brasília, DF: Presidência da República; Casa Civil, 2006.

BRASIL. Secretaria especial de políticas para as mulheres. Norma técnica de uniformização – centros de referência de atendimento à mulher em situação de violência. Brasília: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, 2006b.

BRASIL. Ministério da Saúde. Temático de prevenção de violência e cultura de paz III. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2008.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional de Assistência Social. Orientações Técnicas: Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS. Brasília: Gráfica e Editora Brasil, 2011.

BRASIL. Ministério da Saúde. Perfil epidemiológico das tentativas e óbitos por suicídio no Brasil e a rede de atenção à saúde. Boletim Epidemiológico - Secretaria de Vigilância em Saúde, v. 48, n. 30, p.1-14, 2017.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Agenda Estratégica de Prevenção do Suicídio. Brasília: Ministério da Saúde, 2017b. Disponível em: https://www.trt4.jus.br/portais/media-noticia/258980/cartilha%20contra%20o%20suici%C2%B4dio.pdf. Acesso em: 15 dez. 2021.

BRASIL. Coronavírus: sobe o número de ligações para canal de denúncia de violência doméstica na quarentena. Gov.br - Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, [S.l.], 2020. Disponível em: https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2020-2/marco/coronavirus-sobe-o-numero-de-ligacoes-para-canal-de-denuncia-de-violencia-domestica-na-quarentena. Acesso em: 15 dez. 2021.

BEAUVOIR, S. O segundo sexo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira: 2008.

CAMPOS, C. H. Razão e Sensibilidade: Teoria Feminista do Direito e Lei Maria da Penha. In: CAMPOS, C. H. (org.) Lei Maria da Penha – Comentada em uma perspectiva jurídico-feminista. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2011. p. 1-12.

CFP - Conselho Federal de Psicologia. Referências técnicas para atuação de psicólogas (os) em Programas de Atenção à Mulher em situação de Violência. Brasília: CFP, 2012.

CORREIA, C. M; GOMES, N. P; COUTO, T. M; RODRIGUES, A.D; ERDMANN, A. L; DINIZ N. M. F. Representações sobre o suicídio para mulheres com história de violência doméstica e tentativa do mesmo. Texto Contexto Enfermagem, Florianópolis, v. 23, n. 1, p. 118-125, 2014.

DALMOLIN B. B; BACKES D. S; ZAMBERLAN C; SCHAURICH D; COLOMÉ J. S; GEHLEN M. H. Significados do conceito de saúde na perspectiva de docentes da área da saúde. Pesquisa, v. 15, n. 2, p.389-394, 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ean/v15n2/v15n2a23. Acesso em:13 dez. 2021.

DUVVURY N; GROWN C; JENNIFER, R. Estimating the costs and impacts of intimate partner violence in developing countries: a methodological resource guide. Washington: International Center For Research on Women; 2009. Disponível em: http://www.icrw.org/Files/publications/Estimating-the-Costs-and-Impacts-oF-Intimate-Partner-Violence-in-Developing-Countries-A-Methodological-Resource-Guide.pdF. Acesso em: 29 abr. 2012.

FALCKE, D; FERES-CARNEIRO, T. Reflexões sobre a violência conjugal. Diferentes contextos, múltiplas expressões. In: A. Wagner (org.). Desafios psicossociais da família contemporânea: Pesquisa e reflexões. Porto Alegre: Artmed, 2011.

FONSECA, P. M; LUCAS, T. N. S. Violência doméstica contra a mulher e suas consequências psicológicas. 2016. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Psicologia) - Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Fundação Bahiana para o Desenvolvimento das Ciências, Salvador, 2016. Disponível em: http://newpsi.bvs-psi.org.br/tcc/152.pdf. Acesso em: 18 abr. 2017.

GUEDES, R. N; SILVA, A. T. M. C; FONSECA, R. M. G. S. A violência de gênero e o processo saúde-doença das mulheres. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem, v. 13, n. 3, p. 625-31, 2009.

HANADA, H; D’OLIVEIRA, A. F. P. L; SCHRAIBER, L. B. Os psicólogos e a assistência a mulheres em situação de violência. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v.18, n.1, abr. 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ref/a/NT9hzc5kt6qFB4VGJZkT64m/abstract/?lang=pt. Acesso em: 13 dez. 2021.

HEILBORN, Maria Luiza. De que gênero estamos falando? Sexualidade, Gênero e Sociedade, Rio de Janeiro, v.1, n. 2, p.1-8, dez. 1994.

IPEA – INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA. Atlas da violência Ipea e FBSP. Brasília: Ipea, 2016. (Nota Técnica, n. 17).

IPEA – INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA. Atlas da violência Ipea e FBSP. Brasília: Ipea, 2019.

MACARINI, S. M; MIRANDA, K. P. Atuação da psicologia no âmbito da violência conjugal em uma delegacia de atendimento à mulher. Pensando famílias, v. 22, n.1, Porto Alegre, jan./jun. 2018.

MACHADO, I. V. Da dor no corpo à dor na alma: uma leitura do conceito de violência psicológica da Lei Maria da Penha. Florianópolis, SC. UFSC: 2013.283p.

MIGUEL, L. F. A identidade e a diferença. In: MIGUEL, L. F.; BIROLI, F. Feminismo e política. São Paulo: Boitempo, 2014.

MIZUNO, C.; FRAID, J, A.; CASSAB, L, A. Violência contra a mulher: por que elas simplesmente não vão embora? In: SIMPÓSIO SOBRE ESTUDOS DE GÊNERO E POLÍTICAS PÚBLICAS, 1., 2010, Londrina. Anais [...]. Londrina: Universidade Estadual de Londrina, 2010.

MONTEIRO, F. S. O papel do psicólogo no atendimento às vítimas e autores de violência doméstica. 2012. 63 f. Trabalho de conclusão de curso (Bacharelado em Psicologia) - Centro Universitário de Brasília, Brasília, 2012. Disponível em: https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/123456789/2593/3/20820746.pdf. Acesso em: 13 dez. 2021.

NETTO, L. A; MOURA, M. A. V; QUEIROZ, A. B. A; TYRRELL, M. A. R; BRAVO, M. D.M. P. Violência contra a mulher e suas consequências. Acta Paulista de Enfermagem, v. 27, n. 5, p. 458-464, 2014.

NIELSSON, J. G. Mulheres e Justiça: teorias da justiça da Antiguidade ao século XX sob a perspectiva crítica de gênero. Curitiba: Appris, 2018.

NOVELLINO, M. S. F; BERTHO, A. C, S. As mulheres em situação de violência de gênero no estado do Rio de Janeiro. Gênero, v. 12, n.1, p. 239-258, 2017.

REIS, A. A. O atendimento psicológico às mulheres em situação de violência no centro de referência Maria do Pará: um balanço após dois anos de funcionamento. Revista Nufen, v. 2, n. 1, p.134-139, 2010.

SÁ, D. G. G; BORDIN, I. S; MARTIN, D; PAULA, C. S. Fatores de risco para problemas de saúde mental na Infância/ Adolescência. Psicologia: Teoria e Pesquisa. v. 26, n. 4, p. 643-652, 2010.

SCOTT, J. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação e Realidade, Porto Alegre, v. 20, n. 2, p. 71-99, 1990.

SCOTT, J, W. Preface a gender and politics of history. Cadernos Pagu, Campinas, n. 3, 1994.

SILVA, L. E. L; OLIVEIRA, M. L. C. Violência contra a mulher: revisão sistemática da produção científica nacional no período de 2009 a 2013. Ciência & Saúde Coletiva, v. 20, n. 11, 2015.

SLEGH, HENNY. Impacto psicológico da violência contra as mulheres. WLSA, 2006. Disponível em: http://www.wlsa.org.mz/artigo/impacto-psicologico-da-violencia-contra-as-mulheres/. Acesso em: 18 abr. 2014.

VIEIRA, P. R; GARCIA, L. P; MACIEL, E. L. N. Isolamento Social e o aumento da violência doméstica: o que isso nos revela? Revista Brasileira Epidemiologia, [S.l.], v. 23, 2020.

ZANCAN, N; WASSERMANN, V; LIMA, G. Q. A violência doméstica a partir do discurso de mulheres agredidas. Pensando famílias, [S.l.], 2013, v.17, n.1, p. 63-76, jul. 2013.

WANQING Z. Domestic Violence Cases Surger During COVID-19 Epidemic. Sixth Tone [S.l.], 2020. Disponível em: https://www.sixthtone.com/news/1005253/%20domestic-violence-cases-surge-during-covid-19epidemi. Acesso em: 28 mar. 2020.

Downloads

Publicado

2021-12-16

Como Citar

ALF GALLON, A. .; ADELAR MUELLER, A. . Violência contra a mulher: consequências e políticas de enfrentamento. Humanidades em Perspectivas, [S. l.], v. 3, n. 7, p. 20–34, 2021. Disponível em: https://www.revistasuninter.com/revista-humanidades/index.php/revista-humanidades/article/view/150. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)