O controle social como ferramenta estratégica no sistema público de saúde brasileiro

Autores

Resumo

A participação popular sempre esteve presente na história do desenvolvimento do Brasil. Em diversos momentos, protagonizou ações que promoveram e efetivaram importantes direitos sociais, gozados atualmente. O direito à saúde pública constitui um destes feitos, sendo uma das conquistas mais relevantes do povo brasileiro. Oficializada com a promulgação da Constituição Federal de 1988, a Reforma Sanitária reivindicava a universalidade de acesso aos serviços de saúde, integral e de qualidade. Posteriormente, com a implementação da Lei 8.080/90, que regulamenta o Sistema Único de Saúde (SUS), garantiu-se a participação da sociedade civil na formulação e avaliação desta política pública, por meio dos conselhos e conferências de saúde. Deste modo, este trabalho objetiva discutir e refletir sobre a relevância do controle social na constituição, desenvolvimento e avaliação do sistema público de saúde brasileiro, a partir de uma revisão de literatura.

Palavras-chave: participação popular; saúde pública; reforma sanitária.

Abstract

Popular participation has always been present in the history of Brazil's development. At various times, it has played a leading role in actions that promoted and implement important social rights, currently enjoyed. The right to public health is one of these achievements, being one of the most important accomplishments of Brazilian people. Made official with the promulgation of the Federal Constitution of 1988, the Sanitary Reform claimed universal access to comprehensive and quality health services, being made official. Subsequently, with the implementation of Law 8.080/90, which regulates the Unified Health System (SUS), the participation of civil society in the formulation and evaluation of this public policy was guaranteed, through health councils and conferences. Thus, this work aims to discuss and reflect on the relevance of social control in the formation, development and evaluation of the Brazilian public health system, based on a literature review.

Keywords: popular participation; public health; sanitary reform.

Resumen

La participación popular siempre estuvo presente en la historia del desarrollo de Brasil. En diversos momentos fue protagonista de acciones que promovieron e hicieron efectivos importantes derechos sociales vigentes actualmente. El derecho a la salud pública es uno de esos hechos y es una de las conquistas más relevantes del pueblo brasileño. Oficializada con la aprobación de la Constitución Federal de 1988, la Reforma Sanitaria reivindicaba la universalidad de acceso al servicio de salud, integral y de calidad. Posteriormente, con la implantación de la Ley 8.080/90, que regula el Sistema Único de Salud (SUS), se garantizó la participación de la sociedad civil en la formulación y evaluación de esa política pública, por medio de los consejos y conferencias de salud. Así, este trabajo pretende discutir y reflexionar sobre la relevancia del control social en la constitución, desarrollo y evaluación del sistema público de salud brasileño, a partir de una revisión de la literatura.

Palabras-clave: participación popular; salud pública; reforma sanitaria.

Biografia do Autor

Alexandra Alf Gallon, UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Graduação em Psicologia (SETREM). Especialista em Saúde da Família (UNIJUI). Mestranda em Desenvolvimento Regional (UNIJUI).

Airton Adelar Mueller, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - UNIJUI

Graduação em Estudos Sociais (UNISC).Mestre em Desenvolvimento Regional (UNISC). Doutor em Sociologia pela Freie Universität Berlin, Alemanha.

Referências

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Presidência da República, 1988.

BRASIL. Lei 8080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 19 nov. 1990a.

BRASIL. Lei 8142, de 28 de dezembro de 1990. Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 28 dez. 1990b.

BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Para entender a gestão do SUS. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2003.

BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 453, de 10 de maio de 2012. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2012.

BRASIL. Tribunal de Contas da União. Orientações para Conselheiros de Saúde. 2 ed. Brasília: TCU; Secretária de Controle Externo da Saúde, 2015.

CARVALHO, A.I. Conselhos de Saúde, Responsabilidade Pública e Cidadania: A Reforma Sanitária como Reforma do Estado. In: Fleury, S. (org.). Saúde e Democracia. São Paulo: Lemos, 1997.

CÔRTES, S. M. V. Conselhos e conferencias de saúde: papel institucional e mudança nas relações entre Estado e sociedade. In: Fleury S, Lobato LVC. Participação, democracia e saúde. Rio de Janeiro: CEBES; 2009. p.102-28.

DOWBOR, LADISLAU. Políticas urbanas e participação: o resgate da democracia pela base. In: Ranato Balbim (org.) Geopolítica das cidades: velhos desafios, novos problemas. Brasília: IPEA, 2016.

ESCOREL, S.; MOREIRA, M. R. Desafios da participação social em saúde na nova agenda da reforma sanitária: democracia deliberativa e efetividade. In: FLEURY, S., LOBATO, L. V. C. (org.). Participação, Democracia e Saúde. Rio de Janeiro: CEBES, 2009, p. 229-247.

ESCOREL, S; AROUCA, L. E. Democracia e participação: para além das dicotomias. Saúde Debate, Rio de Janeiro, v. 40, p. 39-48, dez. 2016.

LIMBERGER, Têmis. Revisitando o dogma da discricionariedade administrativa: a tensão instaurada entre os poderes para efetivação das políticas públicas de saúde no Brasil. In: TEIXEIRA, Anderson Vichinkeski; FILHO, Gilberto Guimarães; SIMÕES, Sandro Alex de Souza (org.). Supremacia constitucional e políticas públicas: discutindo a discricionariedade administrativa na efetivação de direitos fundamentais. Porto Alegre: Editora Fi, 2016.

MENEZES, I. Intervenção comunitária: uma perspectiva psicológica. Porto: Livpsic; Legis Editora, 2010.

MINAYO, M. C. de S. (org.). Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 22. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2003.

OLIVEIRA, A. M. C; IANNI, A. M. Z; DALLARI, S. G. Controle social no SUS: discurso, ação e reação. Ciência e saúde coletiva, v. 18, n. 8, p. 2329-2338, 2013.

PAIM, J. S. Reforma Sanitária Brasileira: contribuição para compreensão e crítica. Salvador: EDUFBA; Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2008.

PÁDUA, E. M. M. de. Metodologia da Pesquisa: Abordagem teórico-prática. 10. ed. Campinas: Papirus, 2004.

PUTNAM, R.D. Comunidade e democracia. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1996.

ROLIM, L. B; CRUZ, R, S. L. C; SAMPAIO, K. J. A. K. Participação popular e o controle social como diretriz do SUS: uma revisão narrativa. Saúde em debate, v. 37, n. 96, p. 139-147, jan./mar. 2013.

ROTOLO, L. M; FERNANDES, G. F; MARTELLI, P. O controle social em nível local no SUS e as possibilidades de transformação da cultura política no Brasil. Saúde & Transformação Social, Florianópolis, v. 6, n.1, p. 31-42, 2016.

RUA, Maria das Graças. Análise de Políticas Públicas: Conceitos Básicos. In: RUA, Maria das Graças; VALADAO, Maria Izabel. O Estudo da Política: Temas Selecionados. Brasília: Paralelo 15, 1998.

SCLIAR, Moacyr. Do mágico ao social - Trajetória da saúde pública. São Paulo: SENAC, 2005.

SCHMIDT, João Pedro. Para estudar políticas públicas: aspectos conceituais, metodológicos e abordagens teóricas. Revista do Direito, Santa Cruz do Sul, v. 3, n. 56, 2018.

SHIMIZU, H. E.; MOURA, L. M. de. As representações sociais do controle social em saúde: os avanços e entraves da participação social institucionalizada. Saúde e Sociedade, São Paulo, v. 24, n. 4, p.1.180-1.192, 2015.

TEIXEIRA, Elenaldo Celso. O papel das políticas públicas no desenvolvimento local e na transformação da realidade. Salvador: AATR, 2002. Disponível em: http://www.feis.unesp.br/Home/departamentos/fitotecniatecnologiadealimentosesocioeconomia716/antoniolazarosantana/texto-2.-o-papel-das-politicas-publicas-no-desenvolvimento-local.pdf. Acesso em: 15 dez. 2021.

ZEIFERT, Anna Paula Bagetti; STURZA, Janaína Machado. As políticas públicas e a promoção da dignidade: uma abordagem norteada pelas capacidades (capabilities approach) propostas por Martha Nussbaum. Revista brasileira de políticas públicas, Brasília, v. 9, n. 1, 2019.

Downloads

Publicado

2021-12-16

Como Citar

ALF GALLON, A. .; MUELLER, A. A.; FREES, D. . O controle social como ferramenta estratégica no sistema público de saúde brasileiro. Humanidades em Perspectivas, [S. l.], v. 3, n. 7, p. 53–66, 2021. Disponível em: https://www.revistasuninter.com/revista-humanidades/index.php/revista-humanidades/article/view/149. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)