A comunicação vivida pela enfermagem em hospital penitenciário

Autores

  • Rosa Gomes Ferreira dos Santos
  • Débora Ribeiro Cardoso
  • Sílvia Teresa Carvalho de Araujo
  • Jessica do Nascimento Rezende EEAC-UFF.
  • Alessandra Cabral de Lacerda
  • Ana Cristina Silva de Carvalho

Resumo

Estudo que objetiva descrever a comunicação da equipe de enfermagem no cuidado ao apenado em hospital penitenciário, analisando a influência das condições ambientais neste processo. De cunho exploratório e descritivo, contou com aplicação de dispositivo lúdico dos sentidos sociocomunicantes do corpo a 21 profissionais de enfermagem de um hospital penitenciário. A análise temática considerou a comunicação através de cada sentido. Como resultado, destacamos que o hospital penitenciário incide em atitudes e sentimentos, diferenciando-se de outros cenários hospitalares. O ambiente influencia na percepção, que gera proxemia de afastamento. O toque é pouco intenso, indiferente e instrumental. A emoção é nula. Há amplitude e vigilância dos sentidos da visão e audição. A equipe alega estar alerta a tudo e a todos. Concluímos nesta matéria que os profissionais de enfermagem apresentam atividade cerebral intensa e clara, permanecendo atentos a possíveis gestos de violência. Os cuidados são dispensados por razões éticas e de responsabilidade, sem envolvimento e aproximações, para não ocasionar mal-entendidos. O que perceberam os copesquisadores foi claramente demonstrado na confecção coletiva de um boneco, que representa a dificuldade de cuidar dentro de uma unidade penitenciária. Um cuidado, como nos foi dito, sempre acompanhado de grades, cadeados, agentes, entre outros, lembrando-nos também o quanto é necessário todo esse aparato dentro de uma unidade prisional.

Palavras-chave: comunicação; cuidados de enfermagem; prisões.

Abstract

This study aims to describe the communication of the nursing team in the care of convicted people in a prison hospital, analyzing the influence of the environmental conditions in this process. As exploratory and descriptive research, it had the application of a playful device of the body's socio-communicating senses to 21 nursing professionals from a prison hospital. The thematic analysis considered communication through each sense. As a result, we emphasize that the penitentiary hospital focuses on attitudes and feelings, differing from other hospital scenarios. The environment influences the perception, which generates proxemia of estrangement. The touch is little intense, indifferent and instrumental. The emotion is null. There is amplitude and surveillance of the senses of sight and hearing. The team claims to be alert to everything and everyone. We conclude that the nursing professionals present intense and clear brain activity, being attentive to possible acts of violence. Care is provided for ethical reasons and responsibility, without involvement and approximations, to not cause misunderstandings.  What the co-researchers perceived was clearly demonstrated in the collective making of a doll, which represents the difficulty of caring within a prison unit.  Care, as we were told, is always accompanied by bars, padlocks, agents, among others, also reminding us how much all this apparatus is necessary inside a prison unit.

Keywords: communication; nursing care; prisons.

Resumen

Estudio que tiene como objetivo describir la comunicación del personal de enfermería en el cuidado del condenado en hospital de prisión, analizando la influencia de las condiciones ambientales en este proceso. De carácter exploratorio y descriptivo, contó con aplicación de dispositivo lúdico de sentidos sociocomunicantes del cuerpo a 21 profesionales de enfermería de un hospital de prisión. El análisis temático consideró la comunicación a través de cada sentido. Como resultado, se destaca que el hospital de prisión incide en actitudes y sentimientos, a diferencia de otros entornos hospitalarios. El ambiente influye en la percepción, que genera proxemia de alejamiento. El tacto es poco intenso, indiferente e instrumental. La emoción es nula. Hay amplitud y vigilancia de los sentidos de la visión y audición. El equipo afirma estar alerta a todo y a todos. Concluimos en esta materia que los profesionales de enfermería presentan actividad cerebral intensa y clara, permanecen atentos a posibles gestos de violencia. Los cuidados se dispensan por razones éticas y de responsabilidad, sin involucrarse o acercarse, para evitar malentendidos. Lo percibido por los coinvestigadores se demostró claramente en la confección colectiva de un muñeco, que representa la dificultad de atención médica dentro de una unidad de prisión. Una atención, conforme nos dijeron, siempre acompañada de grades, candados, agentes, entre otros, recordando también cuan necesario es todo este aparato en una unidad de prisión.

Palabras-clave: comunicación; cuidados de enfermería; prisiones.

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Biografia do Autor

Rosa Gomes Ferreira dos Santos

Douoranda em enfermagem (EEAN-UFRJ), Mestre em Enfermagem pela Escola de Enfermagem Anna Nery (UFRJ), pertencente ao Núcleo de Pesquisa de Educação e Saúde em Enfermagem (NUPESENF) e ao Grupo de Pesquisa Enfermagem em Saúde Mental (GPESME/EEAN/UFRJ). Graduação em enfermagem pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (1997). Habilitação em Enfermagem Médico-crirúrgica, UNIRIO(EEAP). Especialista em Enfermagem em Nefrologia. (UERJ/HUPE) Especialista em Enfermagem em Terapia Intensiva (UERJ) Especialista em Enfermagem em Cirurgia Cardiovascular (UERJ/HUPE) e em Enfermagem em Saúde Mental(UCB / UNiLeya) Enfermeira plantonista do CTI adulto do Hospital Municipal Miguel Couto(SMS/RJ) Foi coordenadora do Programa de Educação Continuada do Instituto de Psiquiatria-UFRJ. Atualmente é coordenadora do Comitê de Ética em Pesquisa (IPUB-UFRJ). Coordenadora (02) da SIG telenfermagem em saúde mental (IPUB-UFRJ/RUTE/MS). Ouvidora do IPUB-UFRJ. Tem experiência na área de Enfermagem, com ênfase em cardiointensivismo, terapia intensiva,nefrologia,psiquiatria e educação continuada, atuando principalmente nos seguintes temas: cardiointensivismo,terapia intensiva,psiquiatria e educação continuada.

Débora Ribeiro Cardoso

Doutoranda. Mestre em Enfermagem EEAN-UFRJ.

Sílvia Teresa Carvalho de Araujo

Professora Associada  EEAN-UFRJ.

Jessica do Nascimento Rezende, EEAC-UFF.

Mestranda em Enfermagem EEAC-UFF.

Alessandra Cabral de Lacerda

Doutoranda. Mestre em Enfermagem EEAP-UNIRIO.

Ana Cristina Silva de Carvalho

Doutoranda. Mestre em Enfermagem EEAP-UNIRIO.

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Publicado

2021-10-21

Como Citar

Ferreira dos Santos, R. G., Ribeiro Cardoso, D. ., Carvalho de Araujo, S. T., do Nascimento Rezende, J. ., Cabral de Lacerda, A. ., & Silva de Carvalho, A. C. . (2021). A comunicação vivida pela enfermagem em hospital penitenciário. Revista Saúde E Desenvolvimento, 15(22), 5–17. Recuperado de https://www.revistasuninter.com/revistasaude/index.php/saudeDesenvolvimento/article/view/1138

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Artigos