Comunicação e cidadania negada: violência doméstica e feminicídio durante a pandemia em Mato Grosso

Autores

  • Cristóvão Domingos Almeida Universidade Federal de Mato Grosso
  • Eunice Ramos Universidade Federal de Mato Grosso

DOI:

https://doi.org/10.21882/ruc.v8i15.837

Resumo

O objetivo é compreender de que forma os ajustamentos comunicativos asseguraram a proteção dos direitos da mulher no período da pandemia da Covid-19. Fundamentamos que a comunicação está inserida em nosso cotidiano, nas vivências pessoais e em sociedade, potencializada pela macro-dimensão que ocorre através das ferramentas midiáticas (FRANÇA, 2016). A base metodológica é qualitativa, com seleção dos registros publicados em site de notícias, relacionando-os com os dados oficiais. Evidenciamos que o deslocamento, medo e insegurança ao sair de casa contribuíram com a redução de casos de violência contra a mulher porque diminuíram os registros, entretanto, o isolamento social, maior convívio com o agressor contribuiu para aumentar os índices oficias de feminicídio no estado de Mato Grosso.

DOI: 10.21882/ruc.v8i15.837

Recebido em: 02/09/2020

Aceito em: 29/11/2020

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Cristóvão Domingos Almeida, Universidade Federal de Mato Grosso

Pós-doutor e doutor em Comunicação, mestre em Educação e graduado em Comunicação Social. Professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação, do PPGECCO e do curso de publicidade e propaganda da Universidade Federal de Mato Grosso.

Eunice Ramos, Universidade Federal de Mato Grosso

Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Comunicação pela Universidade Federal de Mato Grosso. É jornalista da TV Centro América.

Referências

ARENDT, Hanna. A condição humana. 11. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitá-ria, 2007.

BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 2010.

BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política. São Paulo: Brasiliense, 2012.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. ADI no 4.424/2012. Plenário. Rqte.: Procurado-ria Geral da República. Relator: Ministro Marco Aurélio, 09 fev. 2012. Disponível em: <http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/pagina-dor.jsp?docTP=TP&docID=6393143>. Acesso em: 6 jun. 2020.

BRASIL. Lei nº 13.931, de 10 de dezem-bro de 2019. Altera a Lei nº 10.778, de 24 de novembro de 2003, para dispor sobre a notificação compulsória dos casos de sus-peita de violência contra a mulher. Brasília, DF, Presidência da República, 2019. Dis-ponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/L13931.htm>. Acesso em: 6 jun. 2020.

BRASIL. Lei nº 11.340, de 07 de agosto de 2006. Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mu-lher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discri-minação contra as Mulheres e da Conven-ção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dis-põe sobre a criação dos Juizados de Violên-cia Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá ou-tras providências. Brasília, DF, Presidência da República, 2006. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm>. Acesso em: 5 jun. 2020.

BUFACCHI, V. Knowing violence: Testimony, trust and truth. Revue internationale de philosophie, Bruxelas, v. 3, n. 265, p. 277–291, 2013.

CALDEIRA, B. Entre assassinatos em série e uma série de assassinatos: o te-cer da intriga nas construções narrativas de mulheres mortas e seus agressores nas pági-nas de dois impressos mineiros. 2017. Dis-sertação (Mestrado em Comunicação Soci-al) - UFMG-FAFICH, Belo Horizonte, 2017.

CASTELLS, Manuel. O poder da comu-nicação. 1. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2015.

COE – Council Of Europe. Crise da CO-VID-19: Secretária Geral preocupada com o aumento do risco de violência doméstica. 2020. Disponível em: <https://www.coe.int/en/web/portal/-/covid-19-crisis-secretary-general-concerned-about- increased-risk-of-domestic-violence>. Acesso em: 6 jun. 2020.

COSTA, P. R. S. M. Violências contra mulheres em tempos de COVID-19. 2020. Disponível em: <http://www.ufs.br/conteudo/65089-violencias-contra-mulheres-em- tempos-de-covid-19>. Acesso em: 6 jun. 2020.

FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURAN-ÇA PÚBLICA. Violência doméstica du-rante a pandemia de Covid-19. Edição 3. 2020. Disponível em: <https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2018/05/violencia-domestica-covid-19-v3.pdf>. Acesso em: 15 jun. 2020.

FRANÇA, V. Curso básico de teorias da comunicação. 1. ed. Belo Horizonte: Au-têntica, 2016.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 43. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2006.

FROSH, P; PINCHEVSKI, A. Media witnessing: Testimony in the age of mass communication. Basingstoke: Palgrave Ma-cmillan, 2009. p. 73-88.

G1. 2020. Feminicídio aumenta em 150% em MT durante pandemia da Co-vid-19. Disponível em: <https://g1.globo.com/mt/mato-grosso/noticia/2020/06/02/feminicidio-aumenta-em-150percent-em-mt-durante-pandemia-da-covid-19.ghtml>. Acesso em: 15 jun. 2020.

HOHLFELDT, Antônio. As origens anti-gas: a comunicação e as civilizações. In.: HOHLFELDT, Antônio; MARTINO, Lu-iz; FRANÇA, Vera. Teorias da comuni-cação: conceitos, escolas e tendências. 8. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. p. 61-98.

INGRID, G. Com medo da covid-19, pes-soas não vão ao hospital tratar infarto ou câncer. Blog Viva Bem, São Paulo, 04 de maio de 2020. Disponível em: <https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/05/04/com-medo-da-covid-19-pessoas-nao-vao-ao-hospital-tratar-infarto-ou-cancer.htm>. Acesso em: 6 jun. 2020.

LEAL, Bruno S.; CARVALHO, Carlos A.; ANTUNES, Elton. Um problema cotidi-ano: Jornalismo e violência contra a mulher no Brasil. Belo Horizonte, MG: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, 2020. p.17-43.

MARANHÃO, R.A. A violência doméstica durante a quarentena da COVID-19: entre romances, feminicídios e prevenção. Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 2, p. 3197-3211, mar./abr. 2020. DOI:10.34119/bjhrv3n2-161.

MICHAUD, Y. A violência. São Paulo: Ática, 2001.

ONU – ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Relatora da ONU: Estados devem combater violência doméstica na quarentena por Covid-19. ONUBR, 2020. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/relatora-da-onu-estados-devem-combater-violencia-domestica-na-quarentena-por-covid-19/>. Acesso em: 6 jun. 2020.

ORNELL, F.; SCHUCH, J. B.; SORDI, A. O.; KESSLER, F. H. P. “Pandemic fear” and COVID-19: mental health burden and strategies. Brazilian Journal of Psychia-try, São Paulo, v. 42, n. 3, p. 232- 235, 2020. Disponível em: <https://www.rbppsychiatry.org.br/details/943/en-US/-pandemic-fear--and-covid-19--mental-health-burden-and-strategies>. Acesso em: 6 jun. 2020.

PARENTE, Eriza; NASCIMENTO, Rosa-na; VIEIRA, Luiza. Enfrentamento da vio-lência doméstica por um grupo de mulheres após denúncia. Revista Estudos Feminis-tas, Florianópolis, vol. 17, n. 2, p. 445-465, maio/ago. 2009. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-026X2009000200008

PASINATO, W. “Femicídios” e as mortes de mulheres no Brasil. Cadernos Pagu, Campinas, v. 37, p. 219-246, 2011.

PENA, Felipe. Teoria do jornalismo. São Paulo: Editora Contexto, 2005.

PONCE, M.G.R. Mesa de trabalhos sobre femicídio/feminicídio. In: CHIAROTTI, S. (ed.). Contribuições ao debate sobre a tipificação penal do femicí-dio/feminicídio. Lima: Cladem, 2011. p. 107-116.

RENTSCHLER, Carrie. From danger to trauma: affective labor and journalistic. In: FROSH, P; PINCHEVSKI, A. Media witnessing: Testimony in the age of mass communication. Basingstoke: Palgrave Ma-cmillan, 2009. p.158-181.

RIBEIRO, R. U. P.; SILVA, A. L. Notificação compulsória de violência na atenção básica à saúde: o que dizem os pro-fissionais? Revista do Laboratório de Es-tudos da Violência da UNESP, Marília, ano 2018, ed. 21, maio 2018.

RUSSEL, D.; CAPUTTI, J. Femicide: the politics of women killing. New York: Twayne Publisher; 1992.

SANTAELLA, Lúcia. Comunicação ubí-qua: repercussões na cultura e na educação. São Paulo: Paulus, 2013.

VIOLÊNCIA doméstica cresce em 50% na quarentena do Rio de Janeiro. UOL, São Paulo, 24 mar. 2020. Disponível em: <https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2020/03/24/violencia-domestica-rj-quarentena.htm>. Acesso em: 6 jun. 2020.

WAILSELFISZ, JJ. O mapa da violência. Homicídios de mulheres no Brasil. Rio de Janeiro: CEBELA; FLACSO, 2015.

Downloads

Publicado

2020-12-23

Como Citar

ALMEIDA, C. D.; RAMOS, E. Comunicação e cidadania negada: violência doméstica e feminicídio durante a pandemia em Mato Grosso. Revista UNINTER de Comunicação, [S. l.], v. 8, n. 15, p. 79–89, 2020. DOI: 10.21882/ruc.v8i15.837. Disponível em: https://www.revistasuninter.com/revistacomunicacao/index.php/revista/article/view/837. Acesso em: 26 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos